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Uma pergunta que não foi feita
Uma pergunta que não foi feita * Percival Puggina Na última sexta-feira, ao discursar perante governadores de estados brasileiros e províncias argentinas em Foz do Iguaçu, nosso presidente saiu-se com esta: ?Eu sempre tomei cuidado para não opinar sobre as eleições em outros países, mas no caso dos Estados Unidos eu não me contive e fiz questão de dizer que gostaria que Obama ganhasse?. Epa! Não é bem assim. Nosso presidente, atropelando princípios que sempre nortearam a diplomacia brasileira, adora imiscuir-se nas eleições de nossos vizinhos. E fez exatamente isso nas campanhas de Tabaré, Kirchner, Chávez, Evo e Lugo. Aliás, Lula tem dado mais sorte nas eleições fora do país do que nas daqui, onde quase todos os seus protegidos amargaram duras derrotas. Mas enfim, o fato é que Lula e o resto do mundo, aparentemente, torciam pelo candidato do Partido Democrata. De sua parte, o objeto dessa unanimidade, tão logo teve reconhecida sua vitória, tratou de mudar o tom do discurso para proclamar que não ia ser fácil sair do buraco, que a situação não se resolveria no primeiro ano e talvez nem no primeiro mandato. Tacou o pé no freio do otimismo universal e forneceu exemplo atualíssimo de mais esse vício do presidencialismo como sistema de governo: candidatos e eleitores só se encontram com a verdade depois dos pleitos. A pergunta que não foi feita é esta: como se explica o fato de que quase a metade (47%) dos eleitores do país que estava no olho do furacão econômico, divergindo da opinião pública mundial, tenham preferido John McCain? Obama somava créditos esmagadores! É um jovem de grande simpatia e presença de espírito, bem-humorado, elegante, vendendo saúde e energia. McCain movia-se bem abaixo em todas essas escalas e representava um partido com o prestígio corroído após os oito anos da administração Bush (apenas 25% de aprovação neste momento). Por outro lado, as vantagens comparativas forneceram a Obama recursos financeiros que totalizaram mais do que o dobro daqueles disponibilizados ao adversário, permitindo-lhe uma campanha muito mais exuberante. Por fim, contabilizaram-se em seu favor, outros dois fatores exaltados ao ponto de criar verdadeira comoção mundial: a cor da pele e a origem humilde. Pois mesmo assim, Obama venceu por margem estreita. Por quê? Porque os mais declarados inimigos do Ocidente estavam na torcida do presidente eleito. Porque um curioso sigilo encobriu sob proteção judicial inúmeros dados pessoais do candidato. Porque se tornaram notórias suas ligações com grupos racistas negros e com os canais left wing da política de seu país. São explicações que encontro para a pequena margem a que se reduziu a unanimidade mundial de Obama quando aferida nos votos populares norte-americanos. ____________________________ * Percival Puggina é arquiteto, empresário e articulista de Zero Hora e de dezena de jornais e sites no país. ...


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